quarta-feira, 14 de março de 2007

ACADÊMICAS: DAYANE ALVARENGA
VALQUIRIA MENDES
3ºANO DE PEDAGOGIA

Neoliberalismo: o mercado como princípio fundador, unificador e auto-regulador da sociedade.

Existem duas posições que se revezam na sociedade capitalista-neoliberal: a concorrencial e a estatizante. A primeira defende a liberdade econômica que tem como princípios: a livre concorrência, a eficiência e a qualidade de produtos, a formação de elite intelectual, entre outras. A segunda defende o conteúdo de igualdade social que busca: efetivar economia planejada e administrada pelo Estado, promover políticas públicas de bem-estar-social, etc.
Devido ao desenvolvimento dessas posições, é perceptível a existência de dois paradigmas: o da Liberdade econômica da eficiência e da qualidade que está ligado ao capitalismo/liberalismo concorrencial e o da Igualdade que está relacionado à posição estatizante-democrático.
O paradigma da igualdade nasce com os gregos, reaparece no Iluminismo, é defendido por Rousseau e tem como principal característica a constituição de uma sociedade democrática moderna e científica que garanta a liberdade, a igualdade de oportunidades, o desenvolvimento da segurança de cada pessoa. Sendo assim, os que acreditam no liberalismo social defendiam a universalização do ensino, pois assim a sociedade se tornaria mais homogênea e democrática.
O outro paradigma referenciado é preconizado pelo liberalismo de mercado, o qual prega uma economia auto-regulável, portanto, a minimização de participação do Estado, uma vez que, esta põe em risco a liberdade econômica (condição para as demais), assim como a política, a religiosa, etc. Defende a privatização, inclusive no que se relaciona aos serviços sociais. Tomou força a partir da década de 70 com os governos de Thatcher (Inglaterra) e Reagan (EUA). Continua a exercer influência, apesar de ter fracassado, tanto nesses países, quanto nos emergentes em que foi aplicado.
O neoliberalismo atende os interesses dos países desenvolvidos, prima por uma política que atenda os interesses do capital transnacional, para tanto, propaga a idéia de que tal economia é benéfica para todos, o que de fato, não é verdade. A democracia referida é restrita e sem finalidades para o estabelecimento de uma sociedade justa.
Esses fatores são refletidos na educação de modo a transmitir a desqualificação do público frente ao privado. O Estado, por sua vez, mediante esta perspectiva vai desobrigando-se de sua responsabilidade de oferecer a escola única. Contraditoriamente exige-se mais escolaridade da parte do trabalhador, devendo ele possuir habilidades de comunicação a de avançar científico e tecnologicamente junto à empresa.
O movimento pela qualidade total tem como bases o enfoque sistêmico, a administração eficiente e a tecnologia educacional. A tentativa de vincular esse processo à educação é chamado de neotecnicismo.
Com relação a essa perspectiva, a avaliação do sistema de ensino e dos indivíduos fica a cargo uma abordagem positivista, na qual, afere-se a precisão, a rigorosidade, a exatidão.
As Universidades públicas também são submetidas a essa ideologia, com discurso de que a única alternativa para alcançarem competitividade e qualidade seria a de aderirem a privatização. Percebe-se, portanto, diante do que foi pontuado, a existência de um novo desafio para o sistema educacional.
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LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização/ José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi. São Paulo: Cortez, 2003.

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